Cantantes Contentes

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Cantar, chorar, sorrir

Pela primeira vez em três anos de coral, eu subi ao palco do Teatro do Sesc Vila Mariana para a estréia com o coração cheio de tristeza. O motivo, que poderia parecer bobo para alguns, era uma inflamação na garganta que me impedia quase que completamente de emitir qualquer som, de fazer música, de pôr em prática o que eu havia ensaiado muito desde o início do ano, muitas vezes abrindo mão de tantas coisas importantes.

Até o momento em que subi ao palco na quarta-feira para passar o som, eu tinha esperança de que eu conseguiria cantar, senão com a qualidade que eu gostaria, pelo menos o suficiente para concretizar o projeto que todos nós iniciamos lá no comecinho do ano, quando ensaiamos a primeira música do nosso repertório. Achei também que caso eu não conseguisse cantar, estar ali no palco já seria suficiente pra mim, que me sentiria igualmente realizada.

No entanto, à medida que o momento da apresentação se aproximava, fui percebendo o quanto cantar, e simplesmente cantar, é importante pra mim. Enquanto eu "dublava", percebi que cantar pra mim sempre foi o motivo de tudo. Figurino, coreografia, cenário, caras e bocas... Percebi que tudo isso pra mim não passava de acessório. E eu ali em pé, fazendo tudo aquilo menos cantar, me senti de fato um mero acessório...

Quando rolou a primeira lágrima, muitas pessoas vieram me consolar no palco e aquilo me emocionou demais! Descobri que nesse grupo, além da oportunidade maravilhosa de fazer música, cantar, eu ganhei também a oportunidade de conhecer pessoas preciosas e únicas, amizades maravilhosas que eu de certo não consigo retribuir à altura, mas que guardo e sempre guardarei no meu coração, para sempre. Nem é preciso citar nomes, não é? Vocês sabem quem são vocês que me abraçaram na coxia, que me incentivaram a continuar, que se preocuparam comigo por email, por telefone, que me deram receitas caseiras de remédios, chás e xaropes. Foi o carinho de vocês, mais do que o antiinflamatório e os outros zilhões de coisas que tomei que me curaram e me fizeram feliz por poder finalmente cantar no nosso segundo dia de apresentações. Amo todos vocês! E é também por vocês que eu continuo a fazer parte deste grupo maravilhoso!

Muito obrigada a todos por mais esse ano de lágrimas (doces ou salgadas) derramadas e lições aprendidas. Muito obrigada por mais um ano inesquecível!

E como diria o nosso querido diretor, André Garolli: vamo que vamo!!! Vejo vocês em 2008!